Enquanto o radar detecta um excesso de velocidade em milissegundos, Dina passou mais de uma hora esperando atendimento. A pastora morreu pedindo oxigênio. O sistema de saúde não respondeu. Mas o sistema de multas segue ativo, funcional, lucrativo — herança de ACM Neto, mantida por Bruno Reis.
Essa cidade virou um laboratório da indiferença. Se não é rentável, não é prioridade. A tragédia de Dina é apenas a face visível de um modelo construído para vigiar e arrecadar — nunca para amparar. Uma política de punição onde o povo é cliente da cobrança, não cidadão de direitos.
Bruno e ACM transformaram Salvador em uma cidade onde a vida custa menos que uma infração. E os mortos são apenas o efeito colateral da omissão calculada.